Cepre - Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto”
Apresentação
O Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto” (Cepre) iniciou as suas atividades de atendimento às pessoas com deficiência visual e auditiva em 1973. Ao longo dos anos ocorreu a ampliação das atividades também para o ensino e pesquisa, passando a contar com uma equipe multiprofissional, o que permitiu intensificar a oferta de cursos de formação na área da deficiência visual e surdez, em nível de extensão e especialização.
Na última década passou a atuar também na formação de alunos de graduação em fonoaudiologia e, mais recentemente ainda, na formação de alunos de pós-graduação e especialização. Com isso, ampliou-se a gama de atuação com uma visão interdisciplinar e integrada dos processos de desenvolvimento humano e suas alterações, no que se refere às deficiências, à comunicação humana, à linguagem e à reabilitação.
A população atendida é oriunda principalmente da região metropolitana de Campinas; também tem recebido usuários de outras regiões do estado e eventualmente de outros estados. São atendidos no Cepre usuários com deficiência visual, surdez e alterações de linguagem nas diversas faixas etárias.
Um pouco de história...
1973
Fundado em 1973 pelo médico otorrinolaringologista Gabriel Porto, o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel Oliveira da Silva Porto” (Cepre) se estruturou a partir dos atendimentos nas áreas da deficiência visual e da surdez.
Prof. Dr. Gabriel Oliveira da Silva Porto
Prof. Dr. Gabriel Oliveira da Silva Porto, fundador do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação
Acervo Histórico do Arquivo Central
Os atendimentos, originalmente, eram realizados no centro de Campinas, no prédio das Cruzadas das Senhoras Católicas, um orfanato de meninas cegas. Até 1985, o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel Oliveira da Silva Porto” (Cepre) funcionava como centro de reabilitação e ensino e era conhecido como Centro de Reabilitação Gabriel Porto ou, simplesmente, Gabriel Porto.
As crianças com necessidades especiais atendidas nos ambulatórios de oftalmologia e otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp eram encaminhadas para o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel Oliveira da Silva Porto” (Cepre). “Elas passavam 10, 12 anos no Gabriel Porto. Era uma escola, mesmo, com boletim e notas. A criança entrava, aprendia a falar, a ler e a escrever. Tanto os surdos como os cegos saiam de lá alfabetizados”, conta o médico otorrinolaringologista Ariovaldo Armando da Silva, coordenador do Cepre no período de 1985 a 2001.
Ariovaldo Armando da Silva
Ariovaldo Armando da Silva, coordenador do Cepre no período de 1985 a 2001
Acervo Histórico do Arquivo Central
O Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto” (Cepre) sempre foi uma unidade ligada à diretoria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Ariovaldo diz que, por um determinado período, o Cepre ficou temporariamente sob a administração da Reitoria. Foi quando o oftalmologista Newton Kara-José idealizou um projeto por meio do qual o Centro tinha que fazer pesquisa, docência e assistência. “Mudamos o perfil do Cepre. Criamos uma área de ensino, uma de pós-graduação e uma de assistência. Investimos na graduação universitária e na pós-graduação dos professores que já tinham experiência e atuavam há anos na assistência. Demos um salto muito grande. Depois disso, o Cepre caminhou com as próprias pernas explica Ariovaldo.
De acordo com a assistente social Maria de Fátima de Campos Françozo, a pesquisa nasceu no Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel Oliveira da Silva Porto” (Cepre) ainda nessa época, a partir do movimento dos docentes na busca pela qualificação e das indagações sobre a prática do ensino e reabilitação desenvolvidos na instituição. “Isso é um pouco peculiar em termos da realidade acadêmica, porque a pesquisa não veio de fora; ela nasceu dos questionamentos dos próprios profissionais que atuavam no Cepre”, relembra a primeira responsável da Área de Ensino e Pesquisa da unidade.
Maria de Fátima de Campos Françozo
Maria de Fátima de Campos Françozo, assistente social do Cepre “a pesquisa nasceu no Cepre, a partir do movimento dos docentes na busca pela qualificação e das indagações sobre a prática do ensino e reabilitação desenvolvidos na instituição.
Antonio Scarpinetti
1990
Até meados de 1990, havia apenas duas linhas de atuação no Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre): surdez e deficiência visual.
1992
O Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre) é incorporado junto à Faculdade de Ciências Médicas (FCM) pela Deliberação CONSU-A-30/1992, de 10 de dezembro de 1992.
Deliberação CONSU-A-30/1992, de 10 de dezembro de 1992.
Procuradoria Geral
1993
Uma nova linha de pesquisa é inaugurada com o trabalho “Neurodesenvolvimento de lactentes nascidos a termo pequenos para a idade gestacional no primeiro semestre de vida”, realizado pelo Grupo Interdisciplinar de Avaliação do Desenvolvimento Infantil (Giadi), coordenado pela neurologista Vanda Maria Gimenes Gonçalves, do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). A pesquisa consistia em avaliar o desenvolvimento de bebês que nasciam no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism). Os bebês eram divididos em dois grupos: bebês com peso adequado para idade gestacional e bebês de baixo peso. “Esse projeto durou cinco anos e foi a primeira pesquisa interdisciplinar a integrar profissionais do Cepre, da Neurologia e profissionais do Caism”, explica a arte educadora Lúcia Helena Reily, atual responsável pela Área de Ensino e Pesquisa do Cepre.
Vanda Maria Gimenes Gonçalves
A neurologista Vanda Maria Gimenes Gonçalves, do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas
A neurologista Vanda Maria Gimenes Gonçalves, do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) coordenou o primeiro trabalho do Grupo Interdisciplinar de Avaliação do Desenvolvimento Infantil (Giadi) que é a Integração entre Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre) e Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism).
1997
Com a mudança para o campus, o trabalho do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre) teve maior visibilidade na opinião da linguista e atual coordenadora do Centro, Zilda Maria G. Oliveira da Paz. “Quando viemos para a Unicamp, todos ficaram num único espaço. Acho que isso facilitou ainda mais a junção das áreas e das atividades. Começou com essa interdisciplinaridade no projeto do Giadi e foi-se ampliando para outras áreas de pesquisa”, relembra Zilda.
Zilda Maria G. Oliveira da Paz
Zilda Maria G. Oliveira da Paz, linguista, “com a mudança para o campus, o trabalho do Cepre teve maior visibilidade”, ao fazer um balanço dos 35 anos do Cepre.
1998
Em 1998, uma comissão foi montada para estudar a viabilidade da implantação de um curso de Fonoaudiologia na Unicamp, cuja aprovação deu-se em 2001 pelo Conselho Universitário da Unicamp (Consu). “Foi uma batalha. Foi necessário muito convencimento”, relembrou Maria Cecília Marconi Pinheiro Lima, coordenadora do curso de Fonoaudiologia no período de 2002 a 2006. A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e o Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp dividem a coordenação do curso.
Maria Cecília Marconi Pinheiro Lima
Maria Cecília Marconi Pinheiro Lima, coordenadora do curso de Fonoaudiologia no período de 2002 a 2006, ao afirmar sobre a criação de uma clínica de fonoaudiologia “Foi uma batalha. Foi necessário muito convencimento” ao fazer um balanço dos 35 anos
2001
Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre) pioneirismo e excelência no ensino, na pesquisa e serviços prestados.
Jornal da Unicamp, agosto de 2001
Jornal da Unicamp
2005
Idealizado e coordenado por Lúcia Figueiredo Mourão, PAV é um pronto-socorro para atendimento fonoaudiológico na área de voz destinado a docentes e a pós-graduandos da Universidade. O usuário em geral é avaliado em pronto-atendimento e, quando necessário, encaminhado para grupos de aprimoramento vocal ou de terapia fonoaudiológica. Outro benefício oferecido pelo PAV é um treinamento específico para pós-graduandos, visando um melhor desempenho em qualificações e defesas de tese.
Lúcia Figueiredo Mourão
Lúcia Figueiredo Mourão, professora do curso de Fonoaudiologia da Unicamp, em atendimento no PAV
Neldo Cantanti
2006
FCM inaugura clínica de fonoaudiologia
clínica de fonoaudiologia
2006
A técnica para tornar a arte pictórica acessível ao aluno com deficiência visual pode ser assegurada já a partir da escola fundamental, por iniciativa dos professores de artes, mesmo que de forma simplificada. É esta a proposta da artista plástica Laura Chagas, em trabalho de iniciação cientifica que realizou no Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre).
Jornal da Unicamp, dezembro de 2006
Jornal da Unicamp
2007
Pesquisas do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre) mostram que crianças cegas com acompanhamento desenvolvem melhor a fala que portadores de baixa visão. O Cepre desenvolve o Programa de Intervenção Oportuna, destinada ao atendimento de crianças com deficiência visual e suas famílias. Os atendimentos, conduzidos por equipe interdisciplinar, ocorrem rotineira e individualmente durante os três primeiros anos de vida dessas crianças.
Jornald a Unicamp, 14 a 20 de maio de 2007
Jornal da Unicamp
2008
No Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre) existem hoje 36 pesquisas em andamento nas modalidades iniciação científica, projetos com financiamento e pós-graduação. Essas pesquisas estão agrupadas em duas grandes linhas: “Promoção da saúde e prevenção” e “Cultura, deficiência e modelos de intervenção”.
Jornal da Unicamp, dezembro de 2008
Jornal da Unicamp
2008
Segundo a professora Cecília Guarnieri Batista, do curso de Fonoaudiologia, uma modalidade de atendimento, que vem sendo desenvolvida no Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre), visa criar oportunidades de encorajar crianças a mostrarem suas competências, que nem sempre emergem nos ambientes em que estão submetidas, e possibilitar-lhes o desenvolvimento.
Jornal da Unicamp, 13 a 19 de outubro de 2008
Jornal da Unicamp
2011
Uma revisão da teoria fundamentada na neurolinguística feita por uma pesquisadora da linguística traz respostas imprescindíveis sobre a importância da aquisição da língua de sinais desde a primeira infância pelos surdos e sobre a relação entre surdez e atraso cognitivo. A experiência com crianças e jovens surdos, não-oralizados, que frequentavam o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre), da Unicamp, durante aprimoramento profissional, mostrou para a pesquisadora que, de fato, a aquisição tardia torna restritas não só as possibilidades comunicativas da criança em alguns círculos sociais, mas também as possibilidades de aprendizagem de conteúdos veiculados pela língua formal (oral ou de sinais), fundamentais para o desenvolvimento
Jornal da Unicamp, 27 de junho a 3 de julho de 2011
Jornal da Unicamp
2012
Tamanduá, arara, onça pintada, tatu, bagre, jacaré e macacos de cerâmica de cinquenta centímetros a um metro de comprimento ou altura compõem o calendário de 2012 da Unicamp, entregue na última reunião do Conselho Universitário (Consu). O calendário é baseado no projeto “Bichos da Mata Brasileira em Cerâmica” que foi realizado no decorrer de um ano e meio com 22 crianças e adolescentes surdos, de 9 a 15 anos, da rede pública de ensino da região de Campinas atendidos no Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre) desenvolvido pelas professoras Lucia Reily e Ivani Rodrigues Silva, dentro do programa “Escolaridade e Surdez”.
Calendário 2012
Calendário 2012 traz animais em cerâmica feitos por alunos surdos
2012
O Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto" (Cepre) atesta a eficácia do protocolo. Pedi (Pediatric Evaluation of Disability Inventory) para a área de Fonoaudiologia. O instrumento servirá de apoio ao acompanhamento terapêutico de crianças entre seis meses e 7,6 anos com alterações neuromotoras, entre as quais paralisia cerebral e atraso do desenvolvimento psicomotor. É realizado um piloto do estudo na Apae-Campinas, o Pedi foi traduzido e validado pela professora de terapia ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marisa Cota Mancini.
Jornal da Unicamp, 12 a 19 de março de 2012
Jornal da Unicamp
2013
A pedra fundamental do novo prédio do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Gabriel Porto (Cepre) é instalada no dia 17 de abril, com direito ao momento solene da “Cápsula do Tempo”, onde foram depositados e enterrados documentos atuais e objetos representativos da sua comunidade. A urna deverá ser aberta somente nas comemorações dos 25 anos das novas instalações, em 2038, com o depósito de novos documentos.
Cápsula do tempo’ e homenagem na Enfermagem
“Cápsula do Tempo”, onde foram depositados e enterrados documentos atuais e objetos representativos da sua comunidade que deverá ser aberta somente nas comemorações dos 25 anos das novas instalações, em 2038. 17 de abril de 2013.
Antonio Scarpinetti
Jornal da Unicamp, 11 a 24 de Novembro de 2013
Jornal da Unicamp
2015
Cepre Comemora Dia Nacional Do Surdo
O Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto” (Cepre) da Unicamp comemora, dia 3 de setembro, às 14 horas, no Salão Nobre da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), o Dia Nacional do Surdo. No evento haverá a palestra “Família ouvinte e filho surdo: comunicação em foco” na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o lançamento do livro “Sentidos no silêncio: práticas de linguagem com alunos surdos
O Dia Nacional do Surdo, que ficou conhecido como setembro azul, é comemorado oficialmente em 26 de setembro. A data foi oficializada no Brasil em 2008. Este ano, o Cepre enfatiza no evento, as relações familiares no contexto da surdez, no que se refere ao uso da língua de sinais, identidade e cultura surda.
2016
O serviço de tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) começou a ser ofertado em 2015 com a criação Central de Intérpretes e Tradutores Libras. São dois intérpretes e uma coordenadora que trabalham o dia todo atendendo os deficientes auditivos. O objetivo principal da Central, vinculada à Pró- Reitoria de Graduação (PRG) é voltado ao ensino, interpretando aulas para os alunos regulares dos cursos de graduação e de pós-graduação da Universidade. Mas também é possível solicitar o serviço quando, em um evento por exemplo, houver inscritos que declarem o interesse pela tradução.
Serviço de tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Os intérpretes Diego Henrique de Assis e Lilian Ferreira ao lado da coordenadora da Central e pedagoga do Cepre, Andréa Rosa
Antoninho Perri